O que é o Autismo
A relação entre o CBD e o Autismo tem despertado crescente interesse, sobretudo pelo seu potencial em reduzir irritabilidade, melhorar o sono e favorecer a interação social.
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma condição neurológica e de desenvolvimento que afeta comunicação, comportamento e processamento sensorial. Surge habitualmente entre os 2 e 3 anos de idade, e embora as causas exatas permaneçam incertas, estudos apontam para uma combinação de fatores genéticos, perinatais e ambientais (Pereira et al., 2025).
Desequilíbrios em sistemas de neurotransmissão — como o serotoninérgico, GABAérgico e endocanabinoide (SEC) — parecem estar envolvidos na fisiopatologia do TEA, contribuindo para alterações no humor, ansiedade e interação social (Pretzsch et al., 2019).
Como o CBD pode atuar no TEA
O canabidiol (CBD) é um composto natural da Cannabis sativa L., não psicoativo, que atua de forma indireta nos recetores CB1 e CB2 do sistema endocanabinoide.
Esses recetores estão distribuídos no sistema nervoso central e estão associados à regulação das emoções, da memória e das respostas ao stress (Bilge et al., 2021).
Além disso, o CBD interage com recetores de serotonina (5-HT1A), o que pode ajudar a reduzir a ansiedade e melhorar a estabilidade emocional. Estudos de neuroimagem mostram que o CBD altera a conectividade funcional cerebral em regiões ligadas ao comportamento social e comunicação, sugerindo um possível mecanismo para as melhorias clínicas observadas (Pretzsch et al., 2019).
Evidência clínica recente
Nos últimos anos, a investigação científica sobre o CBD e o Autismo tem avançado consideravelmente.
- Fleury-Teixeira et al. (2019) observaram melhorias em comportamento e sociabilidade em 18 crianças tratadas com extrato rico em CBD, especialmente em casos sem epilepsia associada.
- Bilge et al. (2021) relataram redução da ansiedade, melhoria do sono e comportamento social mais adaptativo em crianças tratadas com CBD em contexto clínico supervisionado.
- Aran et al. (2021) descreveram uma melhoria significativa na irritabilidade e agitação, com boa tolerabilidade e poucos efeitos adversos.
- Trauner et al. (2024) realizaram um ensaio clínico duplo-cego controlado com Epidiolex®, mostrando segurança e redução de comportamentos problemáticos em rapazes com TEA.
- Pereira et al. (2025) e Jawed et al. (2024) reforçam, em revisões sistemáticas, que o CBD tem potencial terapêutico real e perfil de segurança favorável, embora recomendem mais estudos clínicos controlados.
Segurança, formulações e tolerabilidade
Os estudos disponíveis indicam que o CBD é bem tolerado, com efeitos adversos geralmente leves e transitórios, como sonolência, alterações de apetite ou problemas gastrointestinais (Fleury-Teixeira et al., 2019).
As formulações mais utilizadas são óleos sublinguais de espectro completo e extratos ricos em CBD, com doses adaptadas à idade e peso.
Em alguns casos, o uso de CBD permitiu reduzir a dosagem de medicação ansiolítica ou antipsicótica, sempre sob acompanhamento médico (Aran et al., 2021).
Conclusão
A literatura atual indica que o CBD pode representar uma abordagem terapêutica promissora para o autismo, especialmente nos sintomas de irritabilidade, ansiedade, distúrbios do sono e comportamento social.
Apesar dos resultados encorajadores, são necessários ensaios clínicos de larga escala para determinar as doses ideais, a duração do tratamento e os perfis de pacientes que mais beneficiam com o uso do CBD (Pereira et al., 2025).
Aviso importante
As informações apresentadas neste artigo têm caráter exclusivamente informativo e educacional.
O uso de produtos com CBD é da responsabilidade exclusiva do consumidor.
A Native Amsterdam não promove nem recomenda a utilização de produtos com CBD para fins medicinais ou de ingestão.
Referências científicas
- Fleury-Teixeira, P., et al. (2019). Effects of CBD-Enriched Cannabis sativa Extract on Autism Spectrum Disorder Symptoms: Observational Study. Frontiers in Neurology, 10, 1–8.
- Bilge, S., et al. (2021). CBD-enriched cannabis for autism spectrum disorder: an experience of a single center and literature review. Journal of Cannabis Research, 3(1), 21–29.
- Pretzsch, C. M., et al. (2019). The effect of cannabidiol on low-frequency activity and functional connectivity in adults with and without autism spectrum disorder. Translational Psychiatry, 9(1), 1–10.
- Aran, A., et al. (2021). Cannabinoid treatment for autism: proof-of-concept interventional study. Journal of Autism and Developmental Disorders, 51(9), 3409–3424.
- Trauner, D., et al. (2024). Cannabidiol (Epidiolex®) for severe problem behaviors in autistic boys: randomized, placebo-controlled crossover trial. Journal of Autism and Developmental Disorders, 54(3), 451–462.
- Jawed, B., et al. (2024). Evolving role of CBD-rich cannabis in autism spectrum disorder: A systematic review. International Journal of Molecular Sciences, 25(22), 12453.
- Pereira, D. A., et al. (2025). Efficacy and safety of cannabinoids for autism spectrum disorder: systematic review. Frontiers in Pharmacology, 16, 12005571.
Aviso importante
As informações apresentadas neste artigo têm caráter exclusivamente informativo e educacional. O uso de produtos com CBD é da responsabilidade exclusiva do consumidor. A Native Amsterdam não promove nem recomenda a utilização de produtos com CBD para fins medicinais ou de ingestão.

